sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

França e a Escola Brasileira de Geografia: Verso e Reverso

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Ao lidar sobre a relação entre a geografia francesa e a brasileira, José Borzacchiello da Silva oferecendo uma periodização inédita, em que a fundação da USP, em 1934, e o Congresso da UGI, em 1956, no Rio de Janeiro, são momentos-chave, voltando às origens distantes e indo até a época na qual ele fez uma ampla pesquisa de pós-doutorado na França sobre este assunto. Ele fornece, portanto, uma quantidade de dados de primeira mão que dão à sua obra uma densidade notável e reforçam significativamente as análises, relevantes e sutis, que ele faz ao interpretá-los. O objetivo dele é claro: Estudar a formação de uma geografia nacional advinda das relações estabelecidas entre a França e o Brasil. Ele é capaz de ligar de maneira convincente desenvolvimento econômico, situações políticas e o seu impacto tanto na geografia brasileira como na sua relação com a geografia francesa. Interessantes e mais original, é que José Borzacchiello da Silva, durante a sua estadia de pós-doutorado, entrevistou vários geógrafos franceses que desempenharam um papel na colaboração entre as duas escolas de geografia, sempre seguindo o mesmo questionário, com algumas adaptações para “apreender ao máximo as contribuições capazes de responder às indagações que norteavam a pesquisa”. Ele transcreveu no livro as respostas dos entrevistados e às vezes as suas próprias reações – muitas vezes entusiasmadas – às respostas, e os diálogos adicionais que surgiram quando ele, sempre educadamente mas com firmeza, obrigava os seus interlocutores a completar as respostas. José Borzacchiello da Silva deixa a porta aberta para futuras discussões, com um claro sentido de otimismo, e uma atitude proativa: “As relações entre os dois países devem ser reforçadas, propiciando a troca recíproca”. Mas esse otimismo e esta vontade de ver se confirmar uma relação mais simétrica, se fundamentam numa confiança – justificada – na maturidade da geografia brasileira, que deverá permitir-lhe agora olhar para além das suas fronteiras.
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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Rio Caño Cristales: O Mais Bonito do Mundo


Conhecido como “o rio que escapou do paraíso”, “arco-íris derretido” e até como “o rio mais bonito do mundo”, o Caño Cristales, na Colômbia, chama a atenção pela mistura de cores vivas que pode ser observada a cada ano, na transição entre as estações seca e úmida.
Algas e plantas aquáticas são as responsáveis pelos cinco tons que se mesclam na água: vermelho, amarelo, azul, verde e preto.
O Caño Cristales fica no Parque Nacional Sierra de la Macarena, na província de Meta, sudeste da Colômbia.
A temporada de visitação, quando é possível ter acesso ao rio e ele está colorido, dura seis meses: vai da metade de junho até dezembro, todos os anos.






No site oficial da atração, é possível ver fotos em 360° do rio.
Fonte: G1

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Ciencias de la Tierra: Una Introducción a la Geología Física

Ciencias de la Tierra: Una Introducción a la Geología Física
 



La octava edición de Ciencias de la tierra: una introducción a la geología física, como sus predecesoras, es un texto universitario para estudiantes que cursan su primer año de Geología. Además de ser informativo y estar actualizado, uno de los principales objetivos de Ciencias de la Tierra es satisfacer las necesidades de los estudiantes de disponer de un texto que sea una «herramienta» para el aprendizaje de los principios y los conceptos básicos de la geología.
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domingo, 26 de janeiro de 2014

Territorios de diferencia: Lugar, movimientos, vida, redes - Arturo Escobar

Territorios de diferencia: Lugar, movimientos, vida, redes

Este libro trata sobre diferentes aspectos sociales, culturales y de la vida biológica actual, que se encuentran estrechamente interrelacionados. Es, ante todo, acerca de las expresiones o articulaciones de la diferencia basada-en-lugar y regional en contextos de globalización. Esto implica colocar en conversación procesos basados-en-lugar y regionales con las dinámicas cambiantes del capital y la cultura en muchos niveles. Sin embargo, esta conversación no es sobre la impronta dejada en una región particular del mundo por un supuestamente imparable proceso de globalización, ni es exclusivamente de cómo esta región responde ante este proceso. Al contrario, el libro es sobre la compleja experiencia, histórica y espacialmente enraizada, que es negociada y enactuada por cada lugar y región del mundo, introduciendo desafíos tremendos tanto a la teoría como a la política.
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sábado, 25 de janeiro de 2014

Innovación en la enseñanza de la geografía ante los desafíos sociales y territoriales

Innovación en la enseñanza de la geografía ante los desafíos sociales y territoriales

De Miguel González, Rafael; De Lázaro y Torres, M.ª Luisa; Marrón Gaite, M.ª Jesús (coords.)

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A Nova Des-Ordem Mundial - Haesbaert e Porto Gonçalves

A Nova Des-Ordem Mundial


O livro A nova des-ordem mundial apresenta propostas para entender a estrutura do espaço contemporâneo sob as dimensões econômica, política, cultural e ambiental e tece as causas dessa reconfiguração territorial com base em argumentos históricos. Segundo os autores do livro, os geógrafos Rogério Haesbaert e Carlos Walter Porto-Gonçalves, os conceitos básicos de estudo da geografia vêm mudando por causa de uma série de acontecimentos que, nos últimos 15 anos, alteraram os rumos da humanidade. Para eles, o melhor exemplo para representar essa reformulação mundial seria o fato de que, enquanto as torres gêmeas do World Trade Center foram derrubadas nos Estados Unidos em 2001, as torres Petronas permanecem firmes em Kuala Lumpur, capital da Malásia, o que, de forma simbólica, revela a ascensão de um novo poder no Oriente.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Por uma Geografia do Poder - Raffestin

Por uma Geografia do Poder

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A Questão do Território no Brasil - Manuel Correia de Andrade

A Questão do Território no Brasil 



A questão do territorio. A ocupação territorial e a evoluçao das cidades e vilas brasileras(séc.XVI e XVII). Pecuária e produção de alimentos no período colonial. A questão da terra na primeira república. Vida camponesa: cultura e tradição. Sociedade e reforma agrária no Brasil. Os meios de comunicação e o problema do separatismo no Brasil. O ideal fascista e a colônia italiana no norte e nordeste do Brasil. A atualidade do pensamento de Josué de Castro. O norte e o nordeste na obra de Orlando Valverde.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Análise Social do Território: metodologia para o estudo da estrutura urbana brasileira

Análise Social do Território: metodologia para o estudo da estrutura urbana brasileira
O objetivo deste texto é apresentar a metodologia e os fundamentos teóricos de análise social do espaço urbano utilizados pela Rede Observatório das Metrópoles, descrevendo o conjunto de procedimentos técnicos que a operacionalizam. Esta análise constitui o núcleo central do programa de pesquisa do Observatório das Metrópoles no que concerne aos fenômenos de diferenciação, segmentação e segregação sócio-territorial nas regiões metropolitanas e sua relação com as desigualdades e as interações sociais. A sua adoção pelos núcleos integrados à Rede permite a análise comparativa sistemática e controlada entre as regiões metropolitanas e, além disso, a análise de sua evolução temporal.
 Download
O ebook está no formato de epub
Para leitura no Computador:
-Adobe Digital Editions (para o sistema Windonws)
- Programas Calibre e Azardi (para o sistema Linux)
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- Plugin Readium (para o Crome)

Para Tablet:
- Programas Aldiko, Ibis Reader e FBReader (para o sistema Android)
- Programas iBooks, Bluefire Reader e Stanza (para o sistema IOS).


Vagas no Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM

  Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia

O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) tem vagas abertas em diferentes áreas. A organização cientifica, não governamental e sem fins lucrativos procura unir o ativismo ambiental com o conhecimento científico, estimulando movimentos sociais e políticas públicas para a Amazônia.
No total, são cinco oportunidades: Coordenador de Projetos Socioambiental (Acre, até 20 de janeiro); Pesquisador Assistente (Brasília DF, até o dia 19 de janeiro) ; Assistente de Pesquisa (Brasília DF, até 19 de janeiro); Estágio em Suporte Computacional (Brasília DF, até 30 de janeiro) ; e Pesquisador Assistente (Brasília DF, até 15 de janeiro).
fonte:http://catracalivre.com.br/geral/emprego-trabalho/indicacao/instituto-de-pesquisa-ambiental-da-amazonia-tem-vagas-em-brasilia-e-acre/

Concurso Empresa de Pesquisa Energética

 A EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA - EPE

Torna pública a realização de Concurso Público para formação de cadastro de reserva para provimento de vagas em cargos de nível superior e de nível médio, mediante as condições estabelecidas neste Edital.
O Concurso Público terá abrangência nacional, com as inscrições e provas sendo realizadas em 3 (três) cidades: Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. O cadastro de reserva se destina ao provimento de vagas para o Escritório Central da EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA - EPE, localizado na cidade do Rio de Janeiro/RJ e para a sede em Brasília/DF, conforme especificado nos subitens 2.1.1, 2.1.2 e 2.1.3 deste Edital.
1.3 - O Concurso Público compreenderá uma etapa de qualificação técnica, a ser realizada pela FUNDAÇÃO CESGRANRIO, contendo provas objetivas (para todos os cargos), de caráter eliminatório e classificatório; de prova discursiva exclusivamente para o cargo de Advogado, de caráter eliminatório e classificatório; de prova de Redação, para os demais cargos de nível superior, de caráter eliminatório; e avaliação de títulos, para os cargos de nível superior, de caráter classificatório.

Nível Superior - Local de Trabalho - Rio de Janeiro/RJ
CARGO
ÁREA DE ATUAÇÃO
AMPLA CONCORRÊNCIA
PCD
CIDADE DE PROVA



Brasília, Rio de Janeiro ou São Paulo

















Analista de Pesquisa Energética
Economia de Energia
19
1
Gás e Bioenergia
19
1
Meio Ambiente/ Análises Ambientais
11
1
Meio Ambiente/ Desenvolvimento Regional/ Socioeconômica
11
1
Meio Ambiente/ Ecologia
10
-
Meio Ambiente/ Geoprocessamento/ Meio Físico
10
-
Meio Ambiente/ Recursos Hídricos
11
1
Petróleo/ Abastecimento
10
-
Petróleo/ Exploração e Produção
14
1
Planejamento da Geração de Energia
14
1
Projetos da Geração de Energia
19
1
Recursos Energéticos
14
1
Transmissão de Energia
19
1
Edital Completo


Teledetección e Medio Ambiente

Teledetección e Medio Ambiente
Los artículos tales como un historial de Percepción Remota, los fenómenos naturales y los impactos ambientales. El libro está muy bien ilustrado y está seguro de ser una rica fuente de contenido a través de sus estudios sobre el lugar de destino de los SIG.
Enlace : Teledetección e Medio Ambiente

Entendo e Dominando o Linux

Entendo e Dominando o Linux
O livro se destina a todos aquelas que pretendem conhecem na prática e em detalhes os principais recursos oferecidos pelo Linux. Para isso, o autor compartilha toda a sua vivência profissional aliada a um modelo de publicação estruturado para proporcionar o aprendizado gradativo do Linux.
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Erupção do vulcão Cumbre Vieja pode causar um tsunami no Brasil?

Erupção do vulcão Cumbre Vieja pode causar um tsunami no Brasil?


Recentemente, alguns pesquisadores passaram a se preocupar com uma possível erupção em um vulcão localizado na costa da África. Segundo eles, caso isso aconteça, bilhões de toneladas de terra despencariam sobre o mar, causando um colossal tsunami que atingiria o Brasil. Será?

Vulcão Cumbre Vieja
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Tsunamis são ondas gigantes, provocadas por terremotos no fundo do mar, deslizamentos gigantescos de encostas ou erupções vulcânicas oceânicas. Apesar do Brasil se localizar no centro da placa tectônica sul-americana, sua grande extensão costeira torna o país vulnerável às ondas induzidas por sismos de grande magnitude que possam ocorrer longe da costa.

Tsunami em São Paulo
Ao que tudo indica, a costa de São Paulo já foi atingida por um grande maremoto que devastou a cidade de São Vicente. Isso aconteceu em 1541 e praticamente devastou a vila construída por Martim Afonso. Até hoje os pesquisadores não sabem ao certo o que causou o tsunami, mas como os europeus já estavam aqui, diversos documentos históricos registram o evento.

Cumbre Vieja
Recentemente, alguns cientistas passaram a se preocupar com uma possível erupção do vulcão Cumbre Vieja, localizado no arquipélago das Ilhas Canárias, na costa oeste da África.
Esse vulcão tem um de seus flancos instáveis e segundo os defensores dessa teoria, caso ocorra uma erupção muito forte poderá desmoronar, despejando no mar mais de 500 bilhões de toneladas de terra. Isso produziria um mega tsunami que se espalharia pelo Caribe, Flórida e costas norte e nordeste do Brasil, além do oeste da Europa.

cumbre vieja e tsunami no Brasil
De acordo com alguns modelos, as ondas teriam 40 metros de altura e chegariam ao Brasil em 8 ou 9 horas.
Apesar de catastrófica, a hipótese de um tsunami provocado pelo Cumbre não é compartilhada por todos os cientistas, que acreditam que o vulcão não tem energia suficiente para provocar um mega terremoto dessas proporções.
Em 1949, uma erupção fez o cume da montanha cair vários metros adentro do Oceano Atlântico, mas não provocou qualquer tsunami.
O vulcão apresenta fortes erupções a cada 200 ou 300 anos e a última grande erupção ocorreu em 1971, também sem consequências. Isso significa que se depender do Cumbre Vieja podemos ficar tranquilos pelos próximos três séculos.
fonte:

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Geografía y Ambiente en América Latina

Geografía y Ambiente en América Latina





Este libro se nutre de las ponencias –y comentarios ad-hoc para cada una de ellas– presentadas en el Coloquio Internacional “Geografía y Ambiente en América Latina”, organizado por el Centro de Investigaciones en Geografía Ambiental (CIGA-UNAM) entre el 18 y el 20 de agosto de 2010 en las instalaciones del Campus Morelia1. El coloquio tuvo por objetivos revisar el desarrollo de la geografía en los inicios del siglo XXI en América Latina y reflexionar sobre el estado teórico y conceptual de la geografía latinoamericana, por un lado, y por otro ponderar la relevancia de la geografía ambiental en tanto enfoque emergente. El evento tuvo por marco el centésimo aniversario de la refundación de la Universidad Nacional de México, hoy UNAM; de manera particular también sirvió para conmemorar el tercer aniversario de la creación del CIGA. Por otro parte, el coloquio fue parte de la asignatura introductoria a la geografía, que impartimos en el Posgrado en Geografía de la UNAM en este Centro.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

sábado, 18 de janeiro de 2014

Pelo Espaço - Doreen Massey

Pelo Espaço




O livro é dividido em cinco partes e em quinze capítulos, além de algumas inserções provocativas que ela chama de “Confiar na ciência? 1;... 2; ... 3”, nas quais Massey procura articular as imaginações sobre espaço no quadro de referências mais amplas do pensamento científico e suas transformações. Nesses pontos, a autora apresenta uma releitura de conhecidas associações (como a associação entre a imaginação de espaço da modernidade e a física Newtoniana) e questiona outras (como a euforia de pesquisadoras e pesquisadores diante das teorias da complexidade, para falarem de acaso e indeterminação do espaço).

O propósito central do livro é construir uma nova imaginação (e essa é a expressão da própria autora) de espaço, diferente daquelas construídas no pensamento Ocidental durante a modernidade – mas também agora, na pós-modernidade –, que sempre o viram como morto, fixo, atemporal. Retirado desse quadro conceitual que o associava a tudo que é estático, o espaço em Massey é pensado a partir de um outro conjunto de idéias, como inter-relação, contemporaneidade dinâmica, abertura radical, heterogeneidade.

Já na parte um (Proposições Iniciais), a autora apresenta sua proposta alternativa para conceituar espaço, em que ele é visto como “produto de inter-relações”, como “esfera da possibilidade de existência da multiplicidade”, e como sempre em construção e, portanto, aberto, inacabado. Para Massey, pensar o espaço dessa forma é muito mais do que afirmar que o espacial é político, é abrir a Geografia e a discussão espacial em direção a um diálogo com as principais vertentes da política progressista contemporânea, como as teorias feministas e queer e as teorias pós-coloniais. O que é um alívio para nós, geógrafos e geógrafas, acostumadas a ver essas discussões presentes apenas em outros campos das Ciências Sociais, como Antropologia, Educação, Sociologia... Assim, o livro de Massey pode nos oferecer uma bússola, uma referência da própria Geografia, para nos guiar no quadro desse debate teórico-político.

Link para baixar : Pelo Espaço

Espacio y Lugar - Yi Fu Tuan

Espacio y Lugar
Muy bueno
Enlace para descargar  Espacio y Lugar

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Estado do Acre Pretende Fechar Fronteira

 
Secretário Nilson Mourão, dos Direitos Humanos, teme a ocorrência de uma tragédia; número de haitianos em Brasiléia quadruplicou nas últimas semanas. Governo federal diz que fechamento de fronteiras ‘não é uma tradição’
 
O governo do Acre alerta para o alto número de haitianos que estão entrando no país via Brasiléia (Acre). O secretário de Justiça e Direitos Humanos do estado, o ex-deputado federal Nilson Mourão (PT), afirmou que teme a ocorrência de uma tragédia no alojamento dos imigrantes. O espaço tem capacidade para 300 haitianos e hoje é ocupado por 1.200, ou seja, quadruplicou o número de ocupantes. Mourão defende o fechamento da fronteira entre Brasil e Peru no local onde se dá a passagem dos haitianos. O secretário pediu ao governador do Acre, Tião Viana (PT), que faça essa solicitação ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Em janeiro de 2012, o GLOBO revelou o drama dos cerca de 3 mil imigrantes que entraram ilegalmente pelas fronteiras dos estados brasileiros fugindo da pobreza e em busca de trabalho nas principais capitais do país
 
A situação se tornou insustentável. Houve um aumento substantivo do número de imigrantes. Em média, chegam 70 deles por dia. O abrigo está sobrecarregado. Estou prevendo uma iminente tragédia, que pode acontecer a essas pessoas. Um incêndio naquele espaço num colchão pode levar a morte de muita gente e destruir o abrigo. As pessoas ficam muito próximas uma das outras. Com tanta gente pode acontecer um estresse e gerar uma briga. E, antes que isso ocorra, é preciso adotar uma atitude emergencial. E a única que tem no momento é o fechamento da fronteira — disse Nilson Mourão.

Ao responder um pedido do governo do Acre para se fechar a fronteira entre o Brasil e o Peru no trecho de passagem dos haitianos, o Ministério da Justiça informou que esta não é uma tradição no país. "O Brasil não possui tradição de no fechamento de fronteiras" - informou o ministério numa nota no final da tarde desta quarta-feira. O governo federal informou que a chegada dos haitianos é controlada pela Polícia Federal e que, em 2013, chegaram ao Brasil 13.669 cidadãos do Haiti.

O secretário afirmou que as empresas brasileiras não estão, nesse momento, contratando os haitianos. Até agora, cerca de 15 mil deles já estão no país e a maioria trabalhando em empresas de São Paulo, do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e no Paraná.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, está acompanhando a situação e marcou uma reunião para a próxima segunda-feira - com a Casa Civil e o governo do Acre - para discutir o assunto. Há em curso um plano nacional de integração dos imigrantes, proposto pelo Ministério da Justiça, e que está sob avaliação da Casa Civil desde novembro do ano passado. O ministério confirmou a reunião na segunda-feira para tentar achar uma solução para conter o acesso dos haitianos.

Os haitianos, para chegar no Brasil, passam pelo Equador, Bolívia e chegam à cidade de Iñapari, no Peru, separada de Brasiléia por uma ponte. Mourão afirmou que o governo brasileiro deveria pedir a cooperação dos governos dos outros países para impedir momentaneamente o fluxo dos haitianos.

— Se fechar a fronteira nesse ponto, em Iñapari, eles ficam retidos lá. Ou se fechar entre o Peru o Equador, eles nem iniciam a viagem. O Brasil deveria fazer gestão junto a esses países. Eles passam livremente lá e o destino deles é aqui. A ideia é fechar momentaneamente a fronteira e, depois que a situação se regularizar, liberamos novamente.

O secretário afirmou também que já há problema de alimentação. São servidas diariamente 3.600 refeições e já faltam insumos, como carne e frango, para todos os estrangeiros. Brasiléia é uma cidade pequena, com apenas 10 mil habitantes.

As Consequências da Modernidade - Anthony Giddens

As Consequências da Modernidade
No livro As consequências da modernidade GIDDENS (1991) propõe uma análise institucional da modernidade com ênfase cultural e epistemológica. Neste sentido, o autor diz que a "modernidade" refere-se a estilo, costume de vida ou organização social que se emergiram na Europa a partir do século XVIII e que ulteriormente se tornaram mais ou menos mundiais em sua influência. p. 8
No que diz respeito a pós-modernidade, GIDDENS diz que se refere a um deslocamento das tentativas de fundamentar a epistemologia, e da fé no progresso planejado humanamente. Afirma ainda que a condição pós-moderna é caracterizada por uma evaporação da grand narrative - o "enredo" dominante por meio do qual somos inseridos na história como seres tendo um passado e um futuro predizível. Sobre a perspectiva pós-moderna, o autor infere que esta vê uma pluralidade de reivindicações heterogênias de conhecimento, na qual a ciência não tem um lugar privilegiado. Ou seja, a pós-modernidade destrona a ciência que havia ocupado o trono com tanta pompa na modernidade. Mas, não há apenas um modelo de conhecimento para se colocar no lugar da ciência, sim múltiplos e fluidicos saberes e conhecimentos.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

ICMBio abre Concurso: Nivel Médio e Superior

Concurso
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) divulgou a abertura do Concurso Público nº 1/2014, que objetiva o provimento de 255 vagas, além de 16 oportunidades reservadas a pessoas com necessidades especiais (PNE), para cargos de diversos níveis de escolaridade.
A remuneração devida aos aprovados é de R$ 2.887,34 ou de R$ 6.478,30, de acordo com a função desempenhada, já que as atividades serão exercidas em regime de 40 horas semanais.
Na tabela abaixo, estão dispostos os cargos a serem providos, de acordo com a escolaridade exigida:
  • Nível Médio: Técnico Administrativo (158 + 10 PNE); Técnico Ambiental (50 + 3 PNE);
  • Nível Superior: Analista Administrativo (19 + 1 PNE); Analista Ambiental (28 + 2 PNE).
As oportunidades serão providas em diversos estados brasileiros, sendo eles, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina, e São Paulo.
O período de inscrições segue de 23 de janeiro de 2014 a 11 de fevereiro de 2014, exclusivamente pela internet, no endereço eletrônico www.cespe.unb.br, com o pagamento das taxas de participação nos valores de R$ 70,00 para os cargos de nível médio, e de R$ 100,00 para as funções de nível superior.
Os profissionais que tiverem seus pedidos deferidos serão avaliados mediante aplicação de provas objetivas e discursiva, de caráter eliminatório e classificatório, previstas para serem realizadas no dia 6 de abril de 2014. O conteúdo sugerido para os testes pode ser conferido no edital de abertura completo disponível em nosso site, no link abaixo da notícia.
São aptos à participarem deste Concurso Público, candidatos que possuem ensino médio ou nível superior completo, com diploma emitido por instituição de ensino reconhecida pelo MEC.
Este certame será executado pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (CESPE/UnB), e seu resultado final será válido por um ano, podendo ser prorrogado por igual período, uma única vez.
fonte: PCI CONCURSOS
Confira o Edital Completo

domingo, 12 de janeiro de 2014

Honoráveis Bandidos

 Honoráveis Bandidos

 
 
"É impressionante o quanto uma única pessoa pode estar envolvida em tantos escândalos.
Boicotado pelas livrarias maranhenses o livro “Honoráveis Bandidos – Um retrato do Brasil na era Sarney”, do jornalista Palmério Dória, trás informações polêmicas sobre a trajetória política de José Sarney. A obra nos leva à sala de estar da família que comanda o Maranhão há mais de quatro décadas, revelando brigas, interesses e troca de favores entre várias gerações de políticos e aduladores, dos cenários nacionais e maranhenses. Desvela as bandidagens e trambiques do clã maranhense que há mais de meio século está envolvido no lado corrupto da política nacional.
Palmério destrincha a vida pública do coronel do Maranhão e a cada página a indignação aumenta. Políticos conhecidos são citados, em um emaranhado de troca de favores, corrupção e tráfico de influência que deixaria qualquer mafioso italiano de outrora com inveja.
O livro, por listar “de cabo a rabo” toda uma rede de bandidagem que – infelizmente – ainda nos asola e tem seu reduto em Brasília para o restante do país, é um verdadeiro “memoriol” para nós brasileiros, que sofremos da síndrome da memória política curta."
fonte: http://sylvanamarques.blogspot.com.br/2011/04/honoraveis-bandidos.html
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sábado, 11 de janeiro de 2014

A Geografia Cultural - Paul Claval

A Geografia Cultural - Paul Claval
Livro originalmente de 1995 escrito sobre Geografia Cultural pelo geógrafo francês Paul Claval, que há aproximadamente vinte anos trabalha com o tema. Trata-se de uma obra que analisa os aspectos de tal campo de estudos da Geografia, desde a origem com os estudos de gêneros de vida e paisagem até a representação e os sentimentos ligados a identidade, assim como o peso que a Cultura em seus diferentes aspectos tem na estrutura espacial das sociedades 
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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A Produção do Espaço - Henri Lefebvre

A Produção do Espaço

O espaço considerado como historicamente produzido pelo homem à medida que organiza política e economicamente a sua sociedade, esta é a afirmação que distingue o conjunto das obras de Henri Lefebvre. Trata-se de uma tentativa concreta de retornar à dialética de Marx, contudo sem os dogmatismos e as opressões características de outras interpretações marxistas. 
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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Manual Técnico de Uso da Terra

Manual Técnico de Uso da Terra
A publicação está estruturada em quatro partes, além de sua Introdução: a primeira parte discute o marco teórico-metodológico da presente abordagem, buscando situá-lo em uma perspectiva histórica da evolução do pensamento geográfico; a segunda parte contém os princípios básicos norteadores do levantamento da cobertura e do uso da terra, a nomenclatura utilizada, acompanhada das definições dos termos empregados com base na literatura pertinente e na atuação do IBGE nessa área do conhecimento, e o sistema de classificação concebido para categorizar os usos e a cobertura da terra; a terceira parte contempla os métodos, instrumentos e técnicas adotados na análise espacial, distinguindo-se as etapas de trabalho de gabinete e as etapas de trabalho de campo, bem como os procedimentos para elaboração de cartas, mapas, legendas de mapeamento, e edições cartográficas em diferentes escalas; e a última parte discorre sobre o Sistema de Informação Geográfica - SIG e o Banco de Dados a partir do Modelo Entidade-Relacionamento
Este Manual constitui, assim, obra de referência para novos trabalhos no campo da compreensão e representação da forma contemporânea de apropriação dos espaços pela sociedade e contribui para a produção de informações necessárias ao tratamento das questões dirigidas ao desenvolvimento sustentável.
fonte: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/usodaterra/manual_usodaterra.shtm
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sábado, 4 de janeiro de 2014

Geografia: Conceitos e Temas

Geografia: Conceitos e Temas

Livro muito bom e essencial para estudantes e profissionais de Geografia, onde estão sendo discutidos os temas e conceitos chave da Geografia. Ajude o site clicando nos anuncios
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Manual Técnico de Geomorfologia

Manual Técnico de Geomorfologia

A publicação, vastamente ilustrada, destaca os principais avanços e aprimoramentos ocorridos desde então, apresenta os novos conceitos neste campo de estudo, e destaca a importância da incorporação das novas ferramentas tecnológicas ao processo de trabalho, buscando pormenorizar as particularidades dessas inovações na interpretação do relevo em trechos onde são analisadas as propriedades e as possibilidades dos sensores ora empregados. São descritas as técnicas de interpretação geomorfológica mais utilizadas, incluindo-se, nesta oportunidade, a etapa do processamento digital de imagens, entre outras considerações de natureza metodológica. Informações complementares sobre o tema são apresentadas em Apêndices, ao final da publicação.
Este Manual constitui obra de referência para novos trabalhos no campo da compreensão e representação da forma contemporânea de estudos do relevo. 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Favelização e a Segregação Urbana

  Favelização e a Segregação Urbana



A Favelização e a segregação urbana são dois processos que estão diretamente ligados. Tais fenômenos são decorrentes das desigualdades socioeconômicas e dos problemas de planejamento e gestão urbanos. Além de ser resultante das contradições sociais, a formação de favelas contribui para a intensificação e reprodução da segregação socioespacial.
As favelas são normalmente entendidas como habitações humanas em áreas de morro. Mas, na verdade, favela designa áreas de ocupação de terrenos invadidos, geralmente pertencentes ao poder público, que se caracterizam, de modo geral, pela ausência de infraestrutura, pelos altos índices de violência e pela marginalização social de seus moradores.
O processo de favelização é decorrente, sobretudo, do processo de inchamento urbano ou macrocefalia urbana. Entende-se por esse conceito o crescimento desordenado da cidade, sem o controle estatal, o que contribui para a precarização das condições de vida na cidade e da incapacidade do Estado de oferecer condições estruturais para o atendimento das necessidades mínimas de boa parte da população.
Tal processo é consequência do chamado êxodo rural, isto é, o processo de migração em massa da população que reside no campo para as cidades, em virtude do processo de concentração de terras no meio agrário e da substituição do homem pela máquina no processo produtivo agrícola.
Assim, muitas pessoas migram do campo para a cidade em busca de empregos e melhores condições de vida. Mas como essas pessoas, geralmente, não possuem mão de obra qualificada, tudo o que encontram são baixos salários ou filas de desempregados. Sem opção, essas pessoas se tornam marginalizadas na sociedade, tendo de recorrer à ocupação de áreas irregulares para garantir condições mínimas de moradia.
Tal dinâmica contribui, portanto, para o processo de segregação urbana e favelização, originando áreas que só ocupam destaques em páginas jornalísticas policiais e que são tratadas pelos gestores públicos como zonas de violência, e não como áreas para a realização de investimentos em infraestrutura ou remanejamento habitacional.
fonte: http://www.brasilescola.com/geografia/favelizacao-segregacao-urbana.htm

PseudoMonopólio do Níobio no Brasil


Com 98% das reservas, Brasil não tem política específica para o mineral.

Exportações cresceram 110% em 10 anos e somaram US$ 1,8 bi em 2012.

Um metal raro no mundo, mas abundante no Brasil, considerado fundamental para a indústria de alta tecnologia e cuja demanda tem aumentado nos últimos anos, tem sido objeto de controvérsia e de uma série de suspeitas e informações desencontradas que se multiplicam na internet – alimentando teorias conspiratórias e mitos sobre a dimensão da sua importância para a economia mundial e do seu potencial para elevar o Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Trata-se do nióbio, elemento químico usado como liga na produção de aços especiais e um dos metais mais resistentes à corrosão e a temperaturas extremas. Quando adicionado na proporção de gramas por tonelada de aço, confere maior tenacidade e leveza. O nióbio é atualmente empregado em automóveis, turbinas de avião, gasodutos, em tomógrafos de ressonância magnética, na indústria aeroespacial, bélica e nuclear, além de outras inúmeras aplicações como lentes óticas, lâmpadas de alta intensidade, bens eletrônicos e até piercings.
Abaixo, o G1 explica a polêmica sobre o mineral, em reportagem produzida por sugestão de leitores (se você também quer sugerir uma reportagem, entre em contato pela página http://falecomog1.com.br/.)
Arte Nióbio - anglo american (Foto: Editoria de Arte/G1)
O mineral existe no solo de diversos países, mas 98% das reservas conhecidas no mundo estão no Brasil. O país responde atualmente por mais de 90% do volume do metal comercializado no planeta, seguido pelo Canadá e Austrália. No país, as reservas são da ordem de 842.460.000 toneladas e as maiores jazidas se encontram nos estados de Minas Gerais (75% do total), Amazonas (21%) e em Goiás (3%).
Segundo relatório do Plano Nacional de Mineração 2030, o Brasil explora atualmente 55 substâncias minerais, respondendo por mais de 4% da produção global, e é líder mundial apenas na produção do nióbio. No caso do ferro e do manganês, por exemplo, em que o país também ocupa posição de destaque, a participação na produção global não ultrapassa os 20%.
Tal vantagem competitiva em relação ao nióbio desperta cobiça e preocupação por parte das grandes siderúrgicas e maiores potências econômicas, que costumam incluir o nióbio nas listas de metais com oferta crítica ou ameaçada. É isso também que alimenta teorias de que o Brasil vende seu nióbio “a preço de banana”; que as reservas nacionais estão sendo “dilapidadas”; e que o país está “perdendo bilhões” ao não controlar o preço do produto.
A chamada “questão do nióbio” não é um assunto novo. Um dos seus porta-vozes mais ilustres foi o deputado federal Enéas Carneiro, morto em 2007, que alardeava que só a riqueza do mineral seria o suficiente para lastrear toda a riqueza do país. O nióbio já chegou a ser relacionado até com o mensalão, após o empresário Marcos Valério afirmar na CPI dos Correios, em 2005, que o Banco Rural conversou com José Dirceu sobre a exploração de uma mina de nióbio na Amazônia.
Em 2010, um documento secreto do Departamento de Estado americano, vazado pelo site WikiLeaks, incluiu as minas brasileiras de nióbio na lista de locais cujos recursos e infraestrutura são considerados estratégicos e imprescindíveis aos EUA . Mais recentemente, o nióbio voltou a ganhar os holofotes em razão da venda bilionária de uma fatia da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), maior produtora mundial de nióbio, para companhias asiáticas. Em 2011, um grupo de empresas chinesas, japonesas e sul coreana fechou a compra de 30% do capital da mineradora com sede em Araxá (MG) por US$ 4 bilhões.
Independente do debate muitas vezes ideológico por trás da questão e dos mitos que cercam o mineral (veja quadro abaixo), o fato é que o quase ‘monopólio’ da oferta ainda não resultou numa política específica para o nióbio no Brasil ou programa voltado para o desenvolvimento de uma cadeia industrial que vise agregar valor a este insumo que praticamente só o país oferece.
Nióbio - mitos e fatos (Foto: Editoria de Arte / G1)
mitos nióbio 1 (Foto: Editoria de Arte/G1)
FATO: Trata-se de um mineral nobre e encontrado em poucos países, mas o preço está muito distante do valor do ouro. Segundo estatísticas oficiais, a liga ferro-nióbio foi comercializada em 2012 pelo preço médio de US$ 26.500 a tonelada. Já cotação média da onça do ouro (31,10 gramas) foi de US$ 1.718.
mitos nióbio 2 (Foto: Editoria de Arte/G1)
FATO: O Brasil é o maior produtor mundial, respondendo por mais de 90% da oferta, seguido pelo Canadá e Austrália. O país detém mais de 98% das reservas conhecidas de nióbio no mundo, mas o mineral também é encontrado em países como Egito, Congo, Groelândia, Rússia, Finlândia e Estados Unidos.
mitos nióbio 3 (Foto: Editoria de Arte/G1)
FATO: Sua utilização garante alta performance em setores relacionados à siderurgia, sobretudo na produção de aços de alta resistência. Hoje, o nióbio já pode ser considerado um insumo essencial para indústria aeroespacial, de óleo e gás, naval e automotiva. Mas não se trata de uma fonte de energia primária ou de alto nível de consumo como o petróleo.
mitos nióbio 4 (Foto: Editoria de Arte/G1)
FATO: O metal possui uma série de vantagens competitivas na produção de aços mais leves e ligas especiais. Quando adicionado na proporção de gramas por tonelada, confere maior resistência ao aço. Hoje é empregado em automóveis, turbinas de avião, gasodutos, tomógrafos entre outras aplicações. O nióbio possui, entretanto, concorrentes equivalentes como o vanádio, o tântalo e o titânio.
mitos nióbio 5 (Foto: Editoria de Arte/G1)
FATO: O quase monopólio brasileiro da produção desperta a cobiça e a preocupação de outros países, pois ninguém gosta de depender de um único fornecedor. Documento do Departamento de Estado americano, vazado em 2010 pelo WikiLeaks, inclui as minas brasileiras na lista de locais considerados estratégicos para a sobrevivência dos EUA. Em 2011, um grupo de companhias chinesas, japonesas e sul coreanas adquiriram por US$ 4 bilhões 30% do capital da brasileira CBMM.
mitos nióbio 6 (Foto: Editoria de Arte/G1)
FATO: O preço médio de exportação de ferro-nióbio subiu de US$ 13 o quilo em 2001 para US$ 32 em 2008. Em 2012, a média ficou em US$ 26,5 o quilo. Como os preços não são negociados em bolsas e como as produtoras possuem subsidiárias em outros países, existem suspeitas não comprovadas de subfaturamento. Segundo as empresas e especialistas, uma grande alta no preço poderia incentivar a substituição do nióbio por produtos concorrentes e até uma corrida pela abertura de novas minas.
mitos nióbio 7 (Foto: Editoria de Arte/G1)
FATO: Somente a CBMM, em Araxá, explora jazidas com durabilidade estimada em mais de 200 anos, considerando a demanda atual. As reservas conhecidas no país são da ordem de 842.460.000 toneladas e, segundo o governo, não existe previsão de início de produção em outras áreas do país com reservas lavráveis conhecidas como Amazonas e Rondônia.
mitos nióbio 8 (Foto: Editoria de Arte/G1)
FATO: apesar do nióbio ser encontrado em regiões de fronteira, onde ocorrem pequenos garimpos, em razão das difíceis condições de produção e transporte para os países consumidores o governo considera infundadas as suspeitas de contrabando.
mitos nióbio 9 (Foto: Editoria de Arte/G1)
FATO: O fato de possuir mais de 98% das reservas conhecidas deve garantir ao Brasil por muitos anos praticamente o monopólio da oferta, mas, apesar do crescimento da intensidade de uso do nióbio e das inúmeras possibilidades de aplicações, a relevância e valorização do mineral ainda não se compara ao ouro ou ao petróleo.
mitos nióbio (Foto: Editoria de Arte/G1)
FATO: O governo não prevê qualquer abordagem específica para o nióbio dentro das discussões sobre o novo marco regulatório da mineração. A oferta de nióbio está praticamente toda nas mãos das duas gigantes privadas que operam no país, sem a articulação de uma política de desenvolvimento de um parque industrial nacional consumidor de nióbio. Por outro lado, as exportações de ferro-nióbio contribuem para o superávit da balança e o metal é hoje o 3º item mais importante da pauta mineral de exportação.

Governo nega que riqueza seja negligenciada
Embora seja enquadrado pelo governo federal como um mineral estratégico, o Ministério de Minas e Energia (MME) informa que não há previsão de “uma abordagem específica para o nióbio” dentro das discussões sobre o novo Marco Regulatório da Mineração, que deverá ser encaminhado em breve para o Congresso Nacional.
O Brasil detém praticamente todo o nióbio do planeta, mas este potencial é desaproveitado"
Monica Bruckmann, professora do Departamento de Ciência Política da UFRJ
“O Brasil detém praticamente todo o nióbio do planeta, mas este potencial é desaproveitado”, afirma a pesquisadora Monica Bruckmann, professora do Departamento de Ciência Política da UFRJ e assessoria da Secretaria-Geral da Unasul (União de Nações Sul-Americanas). “O que se esperaria é que o Brasil tivesse uma estratégia muito bem definida por se tratar de uma matéria-prima fundamental para as indústrias de tecnologia de ponta e que pode ser vista como uma fortaleza para a produção de energias limpas e para o próprio desenvolvimento industrial do país”, emenda.
Para o pesquisador Roberto Galery, professor da faculdade de engenharia de minas da UFMG, o Brasil deveria usar o nióbio como um trunfo para atrair mais investimentos e transferência de tecnologia. “Se o Brasil parasse de produzir ou vender nióbio hoje, isso geraria certamente um caos”, afirma.
O governo rechaça, entretanto, as críticas de que o país estaria negligenciando esta riqueza. “O atual nível de produção de nióbio no Brasil somente foi viável devido aos investimentos no desenvolvimento de tecnologia nacional de produção e na estrutura do mercado para o uso desse metal”, afirmou o MME, em resposta encaminhada ao G1.
“Consideramos que o país tem aproveitado adequadamente o nióbio extraído do seu subsolo, se considerarmos que o minério é convertido em ferro-liga e exportado com um maior valor agregado, por outro lado, na medida em que o parque siderúrgico brasileiro se desenvolver, a utilização de nióbio para a produção de aço poderá aumentar”, acrescentou o ministério.
Desde a década de 70, não há comercialização do minério bruto ou do concentrado de nióbio (pirocloro) no mercado interno ou externo. O metal é vendido, sobretudo, na forma da liga ferro-nióbio (FeNb STD, com 66% de teor de nióbio e 30% de ferro), obtida a partir de diversas etapas de processamento. Segundo o governo, as exportações de ferro-liga de nióbio atingiram em 2012 aproximadamente 71 mil toneladas, no valor de US$ 1,8 bilhões.
Somente dois produtores no Brasil
Toda a produção brasileira de nióbio está concentrada nas mãos de duas empresas: a CBMM, controlada pelo grupo Moreira Salles – fundadores do Unibanco – e a Mineração Catalão de Goiás, controlada pela britânica Anglo American.
Vista aérea das instalações da CBMM, em Araxá, e da Anglo, em Catalão (Foto: Divulgação )Vista aérea das instalações da CBMM, em Araxá, e
da Anglo American, em Catalão (Foto: Divulgação )
A CBMM é a empresa líder do mercado de nióbio, respondendo por cerca de 80% da produção mundial. Em seguida, estão a canadense Iamgold, com participação de cerca de 10%, e a Anglo American, com 8%, que só possui operação de nióbio no Brasil.
O comércio global de nióbio se deve em grande parte aos esforços e pioneirismo destas companhias no processamento do mineral. “Com as descobertas de significativas reservas de pirocloro no Brasil e no Canadá, e com a sua viabilidade técnica, principalmente pelos esforços tecnológicos e comerciais da CBMM, houve uma transformação radical nos aspectos de preços e disponibilidade dessa matéria-prima para a obtenção de nióbio, o que foi fundamental para a conquista do mercado mundial pelo Brasil”, afirma o ministério.
A CBMM informa estar presente hoje em todos os países produtores de aço, com destaque para a China, Japão, Estados Unidos, Coreia, Índia, Alemanha, Rússia e Inglaterra. “O programa de desenvolvimento de mercado da CBMM tem 50 anos. Nesse período, a companhia adquiriu legitimidade para desenvolver tecnologia do nióbio com os usuários finais e clientes diretos”, afirmou a empresa em mensagem enviada ao G1.
Em 2012, a companhia informou ter registrado lucro líquido de R$ 1,454 bilhão, uma alta de 18% na comparação com o ano anterior, segundo balanço publicado em jornais de Minas Gerais. O mercado internacional foi responsável por 95% do faturamento total da empresa no ano passado, quando o montante chegou a R$ 3,898 bilhões.
Procurada pelo G1, a empresa não atendeu ao pedido de entrevista com um porta-voz e de visita às suas instalações, se limitando a responder a perguntas encaminhadas por e-mail.
“A CBMM comercializa produtos de nióbio acabados e, portanto, não é exclusivamente mineradora. A etapa de mineração é a primeira de 15 etapas em seus processos produtivos que contam com tecnologia própria totalmente desenvolvida por ela no Brasil. O desenvolvimento tecnológico de processos, produtos e aplicações da CBMM é reconhecido internacionalmente. A empresa possui mais de 100 projetos com clientes e usuários finais", informou a companhia.
nióbio gráfico (Foto: Editoria de Arte/G1)
Crescimento da demanda por nióbio
Segundo o diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Marcelo Tunes, o aumento da demanda se deve, sobretudo, à conquista de novos clientes no mundo. “Essas empresas sempre tiveram um comportamento no sentido de criar mercados e nos últimos 10 anos atuaram fortemente na Europa e na China”, afirma o especialista.
Tunes explica que o nióbio possui concorrentes no mercado de insumos para ligas especiais como o tântalo, o vanádio e titânio, e que a farta oferta brasileira é o que vem garantindo a o aumento do consumo e da penetração do nióbio na indústria mundial. “O fato do nióbio ser praticamente um monopólio traz uma limitação de mercado, pois ninguém gosta de ficar na mão de um único produtor. Mas o mundo hoje já está mais confiante que tenha suprimento garantido”, afirma.
A demanda mundial por nióbio tem crescido nos últimos anos a uma taxa de 10% ao ano. O maior salto ocorreu a partir de 2004, puxado principalmente pelo aumento do apetite chinês por aço.
As estatísticas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que o volume de ferro-nióbio exportado cresceu 110% em 10 anos, passando de 33.688 toneladas em 2003 para 70.948 em 2012. O maior pico foi registrado em 2008, quando as vendas somaram 72.771 toneladas.
3º mineral mais exportado
Segundo o Ibram, o nióbio respondeu por 4,68% das exportações minerais brasileiras em 2012. O nióbio tem sido nos últimos anos o 3º item mais importante da pauta mineral de exportação, ficando atrás apenas do minério de ferro e do ouro, cujas exportações no ano passado somaram, respectivamente, US$ 30,9 bilhões (80,06%) e US$ 2,3 bilhões (6,06%).
Em 2012, a produção total de nióbio no país foi de 61 mil toneladas – mas em 2007 chegou a quase 82 mil toneladas. O Ibram prevê que até 2015 a produção anual chegará a 100 mil toneladas.
A Anglo American estima um crescimento de 6% ao ano no mercado de nióbio. Já a CBMM afirma que o objetivo da companhia é aumentar a demanda em 50% até 2020.
Embora o consumo de ferro-nióbio esteja diretamente relacionado ao mercado siderúrgico, a demanda pelo produto tem crescido a um ritmo superior ao da produção de aço. Levantamento do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) mostra que entre 2002 e 2007 a taxa média de crescimento do consumo de ferro-nióbio foi de 15% ao ano, ao passo que o crescimento médio da indústria siderúrgica foi de 2% ao ano.
“A intensidade do uso vem crescendo na siderurgia o que faz com que o aumento da demanda por nióbio seja muito mais pronunciado”, afirma Ruben Fernandes, presidente da unidade de negócios Nióbio e Fosfato da Anglo American.
Nióbio é extraído a céu aberto na mina da Anglo American em Catalão (GO) (Foto: Divulgação)Nióbio é extraído a céu aberto na mina da Anglo American em Catalão (GO) (Foto: Divulgação)
Preocupação com a sustentabilidade abre mercados
As empresas apostam numa maior adesão ao produto no mundo, especialmente devido à demanda por matérias-primas mais eficientes e à preocupação com a sustentabilidade. O ferro-nióbio pode ajudar, por exemplo, a produzir estruturas e veículos mais leves, que consomem menos energia e combustível.
A indústria chinesa, por exemplo, é um dos setores que ainda usam aço com uma porção pequena de nióbio, diferentemente do que já ocorre em mercados como EUA, Europa e Japão, onde as siderúrgicas costumam fazer adições de 80 a 100 gramas do minério por tonelada de aço. Na China, esse índice de uso é de cerca de 25 gramas por tonelada de aço.
“A China e diversos outros países começam a enxergar os benefícios do uso do nióbio em obras de infraestrutura, para a construção de estruturas mais leves, que não se degradam no tempo e com um impacto ambiental menos intenso”, diz o executivo da Anglo American.
Consideramos que o país tem aproveitado adequadamente o nióbio extraído do seu subsolo, se considerarmos que o minério é convertido em ferro-liga e exportado com um maior valor agregado, por outro lado, na medida em que o parque siderúrgico brasileiro se desenvolver, a utilização de nióbio para a produção de aço poderá aumentar"
Ministério de Minas e Energia
As empresas que atuam no Brasil afirmam possuir capacidades instaladas para atender ao atual ritmo de crescimento da demanda mundial. A CBMM avalia que suas reservas em Araxá são suficientes para garantir a produção de nióbio por mais de 200 anos.
A Anglo estima em 40 anos o tempo de vida útil de suas jazidas e anunciou neste ano que irá investir US$ 325 milhões até 2016 na ampliação da capacidade de produção da sua planta em Catalão (GO), com o objetivo de elevar a produção anual do patamar de 4.400 toneladas de nióbio para 6.500 toneladas.
Política de preços
É diante desta perspectiva de aumento da demanda mundial e de concentração de mercado que os críticos do atual modelo de exploração do nióbio cobram uma maior atuação do governo federal, defendendo o controle do preço de comercialização do produto e em alguns casos até mesmo a estatização da produção.
“Quem consome nióbio são empresas transnacionais superespecializadas. É de se imaginar, portanto, que exista uma enorme pressão de fora para ter um produto que eles precisam a um preço acessível”, avalia o pesquisador Roberto Galery, professor da faculdade de engenharia de minas da UFMG.
Para Adriano Benayon, economista e autor do livro “Globalização versus Desenvolvimento”, com a produção restrita a dois grupos econômicos no Brasil é “evidente” que o interesse é exportar o nióbio do Brasil “ao menor preço possível”.
Pelos cálculos do pesquisador, autor de vários dos artigos sobre nióbio que circulam na internet, o Brasil poderia ganhar até 50 vezes mais o que recebe atualmente com as exportações de ferro-nióbio, caso ditasse o preço do produto no mercado mundial e aumentasse o consumo interno do mineral.
“A nacionalização impõe-se, porque ao Brasil importa valorizar o produto externamente e investir, com os recursos da exportação valorizada, em empresas para produzir com crescente incorporação de tecnologia e crescente valor agregado bens que elevem a qualidade dos empregos e o quantum da renda nacional”, argumenta Benayon.
'Não há uma diretriz política para estatização, diz ministério
Questionado pelo G1 sobre o tema, o MME afirmou que “não há uma diretriz política para estatização de minas de qualquer bem mineral”.
Metal é comercializado na forma de liga ferro-nióbio, obtida a partir de diversas etapas de processamento (Foto: CBMM/Divulgação)Metal retirado do solo e é comercializado na forma
de liga ferro-nióbio (Foto: CBMM/Divulgação)
“Quanto às vendas de reservas, considerado aqui como futuras aquisições, as mesmas são estabelecidas entre empresas privadas, sem a intervenção direta do governo federal”, acrescentou o ministério.
As estatísticas oficiais apontam para uma relativa estabilidade nos preços do nióbio nos últimos anos. O último grande salto ocorreu em 2007, quando o preço médio de exportação da liga ferro-nióbio subiu de US$ 13 para US$ 22 o quilo, chegando a US$ 33 em 2008, devido, principalmente, ao aumento da demanda. Em 2012, o preço médio ficou em cerca de US$ 27 o quilo, segundo dados do MDIC.
Como os preços são negociados diretamente entre o comprador e o vendedor, e não em bolsas, os valores de cada venda acabam sendo confidenciais, o que costuma levantar suspeitas de subfaturamento.
“Para saber o preço efetivo e os ganhos reais das empresas que controlam o mercado, precisar-se-ia confrontar não os preços de importação, mas sim os preços de venda no mercado desses países [compradores], praticados pelas empresas importadoras do mesmo grupo das exportadoras”, diz Benayon.
Segundo as empresas, tais suspeitas não têm fundamento. “Nossa carteira de pedidos vai diretamente para o cliente final. Não vendemos para nenhuma das subsidiárias da Anglo, vendemos para as siderúrgicas que aplicam o nióbio nos seus aços. Não temos nenhuma operação de venda de nióbio fora do Brasil”, afirma Fernandes, da Anglo American. “Apesar de não estar listado em bolsa, o preço do nióbio obedece a clássica lei de oferta e demanda”, emenda.
Margem de lucro alta
Os números e valores da receita da comercialização de nióbio informados nos balanços da Anglo American e da Iamgold – ambas de capital aberto – apontam que o preço médio do quilo de ferro-nióbio chegou a US$ 40 em 2012.
Não há nada insubstituível no mundo, o que há é economicidade no processo. Se o preço do nióbio brasileiro for elevado, outras jazidas no mundo todo entrarão em produção. Foi isso o que aconteceu recentemente com as terras raras na China"
Elmer Salomão, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM)
Segundo a Anglo American, a divisão de nióbio respondeu por uma receita de US$ 173 milhões em 2012 e gerou para a companhia um lucro operacional de US$ 81 milhões. Embora a exploração de nióbio tenha gerado uma margem de lucro superior a 40%, o mineral respondeu por apenas uma fração dos ganhos totais da companhia, que possui um amplo portifólio e registrou lucro global de US$ 6,2 bilhões no ano passado.
Já a canadense Iamgold reportou ter obtido em 2012 uma receita de US$ 190,5 milhões com a exploração de nióbio e uma margem de lucro de US$ 15 por quilo de nióbio vendido.
“O nióbio é bem competitivo, está bem posicionado, mas a rentabilidade depende muito do teor de nióbio contido no concentrado que é retirado da mina. O teor do nosso concorrente é muito maior. Já o dos novos projetos que estão sendo estudados no mundo tem teor muito menor”, explica o executivo da Anglo.
Atualmente estão sendo desenvolvidos novos projetos de exploração de nióbio no Canadá, no Quênia e em Nebrasca, nos Estados Unidos, que hoje importa 100% do nióbio que consome.
No Brasil, embora existam reservas conhecidas na região de fronteira e em áreas de reservas indígenas no Amazonas e em Roraima, o governo informa que não existe previsão de produção em novas minas ou novas concessões. “O nióbio de São Gabriel da Cachoeira (AM) carece ainda de tecnologia para permitir a sua extração com viabilidade econômica”, informou o ministério.
Consequências de uma eventual intervenção
O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM), Elmer Prata Salomão, alerta que uma eventual intervenção governamental na oferta ou no preço do nióbio representaria um grande tiro pela culatra.
Segundo Salomão, o fator determinante para o 'monopólio' brasileiro no nióbio é o custo de produção "praticamente imbatível". "Não há nada insubstituível no mundo, o que há é economicidade no processo. Se o preço do nióbio brasileiro for elevado, outras jazidas no mundo todo entrarão em produção. Foi isso o que aconteceu recentemente com as terras raras na China”, diz o especialista.
Anglo anunciou investimentos de US$ 325 milhões para ampliar vida útil de mina em Catalão (Foto: Anglo American/Divulgação)Anglo anunciou investimentos de US$ 325 milhões
para ampliar produção em Catalão
(Foto: Divulgação)
Ele lembra que o gigante asiático anunciou em 2011 uma redução de mais de 10% no volume de exportação de terras raras com o objetivo de atrair mais indústrias de tecnologia como fabricantes de tela de LCD para o país. “A China resolveu contingenciar e elevar o preço de terras raras e o que acontece é que já existem quase 50 projetos na área em fase de pesquisa e desenvolvimento no mundo”, afirma.
O diretor do Ibram também acredita que a elevação do preço do nióbio estimularia a busca por produtos substitutos. “A ambição de ganhar mais acaba sempre facilitando a entrada de concorrentes”, afirma Tunes. Ele explica que o nióbio apresenta hoje melhor vantagem em relação aos outros elementos químicos não apenas por suas propriedades, mas também por ser um metal com oferta abundante.
Nióbio gerou R$ 5,29 milhões em royalties em 2012
Segundo o governo, o controle da produção e venda de nióbio é feito atualmente pelo DNPM. O governo informa, entretanto, que o órgão não possui a competência de fiscalizar a produção e comercialização do ferro-liga de nióbio.
Segundo o DNPM, a exploração de nióbio garantiu em 2012 um recolhimento de CFEM (Compensação Financeira sobre a Exploração Mineral) de R$ 5,29 milhões – valor que foi distribuído entre União e estados e municípios produtores.
Pela legislação atual, a CFEM varia de 0,2% até 3% e incide sobre o valor do faturamento líquido obtido por ocasião da venda do produto mineral. No caso de minerais como o nióbio a alíquota é de 2%. O DNPM explica que como no caso do nióbio não ocorre a venda do mineral bruto, é considerado como valor para efeito do cálculo da CFEM a soma das despesas diretas e indiretas ocorridas antes da transformação da matéria-prima em ferro-nióbio. Ou seja, o valor arrecadado com a CFEM pouco reflete a valorização do ferro-nióbio no mercado mundial.
A China e diversos outros países começam a enxergar os benefícios do uso do nióbio em obras de infraestrutura, para a construção de estruturas mais leves, que não se degradam no tempo e com um impacto ambiental menos intenso"
Ruben Fernandes, Anglo American Brasil
A revisão das alíquotas dos royalties da mineração está entre os pontos que devem ser abordados pelo novo Código de Mineração, em discussão no governo. Está prevista a criação da Agência Nacional de Mineração, substituindo o DNPM, e Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM), de forma a regulamentar os leilões de áreas públicas, nos mesmo moldes utilizados para o petróleo.
Embora não esteja prevista uma abordagem específica para o nióbio no novo marco regulatório, o MME reconhece que a legislação mineral vigente ainda “não possui instrumentos necessários para uma abordagem específica para minerais estratégicos”.
“O governo federal avalia que o país já possui a tecnologia necessária para a produção de ferro-nióbio, porém, é necessário que se avalie a capacidade de o parque industrial brasileiro possuir os demais fatores necessários para transferência de tecnologia de produção de manufaturados que contenham nióbio”, acrescentou o ministério.
Para Salomão, da ABPM, o setor mineral tem contribuído para os investimentos no país e para o superávit da balança comercial e não deve utilizado como combustível ideológico para políticas intervencionistas.
“Se o Brasil não está aproveitando hoje suas riquezas minerais como deveria é porque não tem uma política industrial nesse sentido”, afirma. “O que não podemos fazer é guardar toneladas de minério sem saber se no futuro isso será tecnologicamente utilizado ou não. Somos obrigados a aproveitar os nossos recursos minerais justamente devido à revolução tecnológica. A idade da pedra não acabou por causa da pedra, mas porque a pedra foi substituída por outra coisa”, conclui.

fonte: http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2013/04/monopolio-brasileiro-do-niobio-gera-cobica-mundial-controversia-e-mitos.html